Descer-te, Douro Alto, até às margens
Do rio que te curva a adoração,
É ascender ao estado de fusão
De ser néctar e xistos, sem clivagens.
Subir-vos, Douro-e-montes, é sufrágio,
Que cumpro, calço a calço, em devoção,
Não encontrando nisso dor senão
A demora do necessário estágio
Do vinho que te bebo em ponto nobre
E me eleva ao sacro azul que te cobre.
Medito-te então, Douro, em alva ermida,
Quieta e contemplativa oração,
Como quem agradece as cores do verão
Na certeza da vindima pressentida.
Blog: http://douroumpoema.blogspot.com/ de Teresa Teixeira
Obrigada, por enaltecerem um pouco do que ado(u)ro neste bonito blog...
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